sábado, 11 de agosto de 2012

Excetuando todo o mal que me fazes, consigo ver que ainda aí estás. Escondida, é certo, por entre escudos e trincheiras, mas ainda aí estás.
Consigo perceber que, em tempos, não estive à altura, não mostrei em mim vontade de querer alinhar no sentido do sobressalto. Agora, estou pronto para ir. Estou mais do que pronto para querer sair de onde estou e fluir no leito do que sei que tenho para dar.
Não desistas de mim agora. Não deixes de lado a vontade de querer fazer mais por mim.

Se desistires de mim, eu desisto de novo.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Houve momentos em que me rendi. Que bela que és, Paris. Que arrepio me trás o lembrar do amarelo da noite em que te deitas. Cidade, mulher, tens em ti bem entranhado o que os românticos chamam de matéria prima. E que matéria prima me deste! Que bem me nutriste. Estou pronto para seguir. Estou pronto para dar, agora sim, o estou. 
Obrigado, Paris da minha vida.

sábado, 14 de julho de 2012

Quero reencontrar-te. Compreendo que estejas saturado de rios de abismos, mas quero reencontrar-te. Conhecer-te da mesma forma como te conheci quando a sanidade te corria por entre os glóbulos e saber de ti com a leveza que outrora te caracterizou. 
Deixa os círculos de incompreensão, deixa as mágoas da acumulação de marés falsas. Retorna ao que te moveu, retorna ao que te rasgou o sorriso, ainda que por breves instantes. 

Não falhes em ti.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Não emiti um único som, sequer. Creio que tudo tem base no subjetivo do interpretar.
Por breves e não muito intensos instantes acreditei que seria nesta batalha que iria saber a verdadeira raça do sangue que me corre nas veias. 
Estava enganado, redondamente e cegamente enganado. Mantenho o escudos levantados,  mantenho a alma escondida, à espera que do céu caia a sua defesa.
Talvez seja mesmo esta a raça deste sangue.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Não te vou libertar. Nem por um segundo. Estamos eternamente acorrentados às memórias e à cumplicidade que outrora foi rainha (e que se mantém). E isso ninguém me tira. 

Ninguém te tira de mim.
Até breve.

sábado, 19 de maio de 2012

E que sufoco é esse, o que me abala a contínua inteção de poder ir sempre mais fundo na vala comum da minha alma e do meu saber?
Ouviria, porventura, a voz do doce travo quando curvasse as linhas da percepção? Fazer-se-ia, ela, comparecer no eterno silêncio do avassalador vácuo de presenças? Veria, eu, o longíquo horizonte onde está a fronteira que me separa do Santo Graal?
Mas que pena é, a minha, de não poder subir ao cume dessas montanhas de lágrima e gritar, como que se entranhas se tratasse, que ainda quero o meu destino.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sai-me ainda do respirar a brisa do antigamente. Ainda olho as minhas mãos da mesma forma. Só não as sei como devia. É fraca a forma como assumo o que sou, por estas horas.
Não vou deixar de o ser, é certo. Talvez deixe de o sentir. 
Faz falta a estrutura.
Faz falta.
Se faz!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não estou desprovido de sentidos.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

É pelo envergonhado olhar que mais lamento. Pelo escudo que vestiste quando a dúvida te assaltou, quando o impulso te rompeu a estabilidade. Não vi levarem-te, não vi que saísses, não te senti a partir. Sinto agora.

domingo, 8 de abril de 2012

Levaste-me contigo. Eu sei. Tens-me aí, bem encostado ao peito. Guarda-me, não me prives de ti. Eu não te privarei de mim.
Até breve.

quinta-feira, 22 de março de 2012

No que me tiram
Sou desastre.
Sei que sim,
Sei que ouviram
O que em mim
Não descobriram,
Da voz de mil astutos sentimentos.
Que momentos
Eu vivi,
Que portas eu abri,
Que nada mais são
Do que lamentos,
Puros e nostálgicos ventos,
De que nutro o meu serão.

Se ainda me deres
A tua mão,
Se ainda quiseres o meu vão,
Diz aos ventos o que queres.
Eu passo a ser o teu chão.

terça-feira, 20 de março de 2012

Se me falarem do brilho com que os meus olhos se nutrem ao referirem tal tema, fujo. Escondo o que de mim há de mais sincero para que não caia no abismo de voltar a procurar o vão da minha entranha. Vejo a brisa levar, uma por uma, as sementes do que restava no meu circuito inacabado de protões e neutrões acelerados por um fluxo de perfeito atrito explosivo. Vão, vão e não voltam ao vão que há no lado avesso às camadas da pele. Oh pele. Que de ti tanto fiz. Que de ti tanto levei. Que de ti tanto tenho.
Se algum dia me voltarem a falar do brilho dos meus olhos, vou dizer, dentro do meu vão, "Brilham, pois claro. Mas deles levaram a semente da razão."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

"Mas só entendes quando encaixas nova peça
Qual a razão porque te olhavas dessa forma."
Obrigado, Manel.
Mistério sem fundo, posso ter-te como mundo?
Sei que assumir o desespero quando me falta o chão não é solução para os desvios que dou à razão. Nada retira palavras ditas, expressões usadas e infelicidades de discurso, incongruentes na forma que as molda.
Sabes o que fico a saber, também? O não ter chão leva-me à incessante procura de o recuperar. Sei que nele tenho a minha paz e sei que dele posso dar o meu melhor. O meu melhor, meu chão, é o que mais anseio que descubras. O meu melhor não tem número, o meu melhor não perde amparo.
Sei que sou fraco a abrir portas interiores, mas, meu chão, acredita quando te digo. Eu sou forte a abrir portas exteriores. Eu sou forte a ser eu. Deixa-me sê-lo, pela milésima de segundo que levas a relembrar o meu nome.

(Sabes o que também sei? O estado em que me deixo faz-me crer que, de verdade, dou crédito ao teu valor em mim.)

sábado, 11 de fevereiro de 2012

De breves pausas
Faço o meu serão.
Uso-as em breves causas.
Breves? Não o são.

Rompo a alma,
Teço o medo.
Deixo a calma.
Ainda é cedo.
Se te apraz salvar o dia, talvez o devesses fazer. Não te vou dizer como, não vou deixar escorregar pistas nos passos que simetrizo no espaço. Só quero que o salves, porque a treva já passou por cá algumas vezes e ou nada pude fazer, ou nenhuma arma pude usar, ou nenhuma lágrima derramar. Vem, então, que nem D. Sebastião dos dias, maré baixa dos corpos, rasgo de rios de sol. Vem e salva o dia.
A treva? A treva sou eu.
Moves-me constantemente. Realmente, assumiste uma posição que me move sem sequer me fazer aperceber da mutação das coordenadas.
Continuo a seguir, ainda que desorientado pelas luzes que invadem a retina, a linha que traçaste para me levares contigo. Consciente do que ainda sou, desmaterializei todo o poder que tinha sobre o que poderia ser a minha sanidade emocional.
Escrevo sempre para alguém, é verdade. Neste momento, escrevo para mim. Em mim fico. E que desconsolo me traz.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Ouvidos? Não são cérebro.
Se é certo que só ouço o que quero, não é certo que interpreto o que quero. Repara que, se me deres a estrada, eu não vou abraçar outro caminho. Fico na estrada. Não saio até ao momento em que, justificado por nada, ma retirares ou, inclusive, me retirares de rota.
De novo, mantenho a questão de saber para quem falo. Acredito que a resposta está perto, talvez no fim do asfalto.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

E já não sais.
Ficas para nunca mais
Querer.
Vais procurar,
O que poderás fazer
Mas cais.
Usas do teu mundo
O profundo ser,
Mas é demais.
Deixas à mercê do cais
O que vais ter,
O que vais crer,
O que vais ver.
Se vais viver.
Sufocaste a mágoa.
Tempestade de ternura
Que vai com a água.


Devolve o que não é teu.
Mal tu sabes o que vai cair do topo dessa postura de bobo, rei falido no seu intelecto.
Pára, pensa, reestrutura o pensamento, sai do abismo antes que por si só, o abismo te caia nas entranhas.
Na verdade,
Sinto a tua falta.
Sinto ainda a saudade,
A ribalta
Da vontade.
A sanidade
Dos meus sonhos,
Risonhos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Ainda é plena de valor a vida que dou às palavras que me deixo perder por entre os lábios, por entre os dedos, por entre a carbonizada grafite. E não julgo com isto poder com elas brincar e com elas saber que posso fazer brincar. Só quero, com elas, fazer sentir que ao se libertarem, levam com elas partes mortas dos meus dias. Ou partes vivas. Mas nunca partes incertas. Ou talvez sim, talvez haja partes incertas. Não sei, não estou certo disso, mas ainda que as haja, não são, de todo, bem-vindas. Não por serem desagradáveis ou por me fazerem escrever linhas sem exactidão de conceito. Nem acredito muito que isso aconteça, visto que só deixo sair as partes vivas ou mortas. Ou deixarei também que se vão as partes incertas?
Deves estranhar o porquê desta confusão. Não vale a pena, só quis que te mantivesses comigo mais uns poucos segundos, afinal posso brincar com as palavras e sei que, com elas, posso fazer brincar.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ainda que queiras ser o que um dia pensaste para ti (que legitimamente está intrínseco aos momentos de sonho que te cobrem a noite de minutos não dormidos), mantém firme na tua consciência que a utopia abala almas por toda a parte. Longe de ti, assim, estará a ambição de poderes ser feliz quando queres, de datares prazos para o que tencionas fazer, ser, acontecer, viver. Vais tropeçar insistentes vezes nessa gana de o querer, está claro.
Vais muitas vezes criar armários bem organizados na tua estratégia de agir, que te vão trazer amargos dias de incompreensão onde os questionários vão fazer parte do teu quotidiano vaguear pela mente. Quando te aperceberes desse quotidiano lembra-te, por favor, não sigas os meus passos.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Tomo acima
Do que canto
A vindima
Do que espanto.
E por lá fico, ao crer
Que derrotar o teu poder
É tanto.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Estou, sem saber do que se trata, ou como acontece, de relações cortadas com a superior e alucinante vida que, em tempos, de mim fez amante romântico e derretido pelas velas da paixão.
Agora, sou cera seca, dura.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Há ocasiões em que a tua falta se mostra. É por isso, talvez, que escrevo, que canto versos soltos de melancólicas canções ao deambular preso nas paredes do meu espaço, que já nem meu parece.
Podias existir, podias até fazer parte do que para mim já se tornou num mero passar de tempo, numa mera rotina de querer, chorar e reanimar, pronto para novamente querer e chorar. Não é vergonha um homem chorar, não é vergonha a melancolia e a tristeza, a pobreza de alma quando o que deveria estar bem, não está. Sim, há ocasiões em que a tua falta se mostra e eu já não o consigo esconder. Volta, sejas tu quem fores. Volta, sintas tu o que sintas. Mas volta. Devolve aos meus versos soltos, as canções apaixonadas, devolve ao espaço o conceito de meu. Devolve-me à vida.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A distância já corrói
O que a utopia te fascina.
Se a distância fôr a sina,
Se a verdade não constrói
Vai no leito do que dói,
Leva a mágoa que chacina,
Ao perceberes
Que te destrói
Não poderes
Dobrar a esquina.

sábado, 17 de julho de 2010

Passa o tempo,
Passa a vida.
Passa o claro sentimento.
Nunca lhe vou dar a saida,
Não hei-de ter contentamento,
de dizer na despedida,
que te aguardo com o vento.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Está repleto de ingratidão. Palavra de honra que assim está. Crises e crises de saber mas não o querer e tempestades de loucura oculta e incompreendida devido a que o ponto final talvez pudesse tomar o sabor de vírgula, ou no máximo da sua mutação, o sabor de ponto e vírgula.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Há alturas em que o lado mais fraco toma a força de aparecer. É nestas alturas que a lágrima escorre de uma forma tão suave e fluída que mais se assemelha à essência da hepiderme, onde escorrega.
E continuas tu, acima de tudo o que disse, com o ar de criatura de seu nariz, o inspirar do ar e e expirar do fogo, com o diabo no seu cultivo de maldade. E ficas, olhos em torno sem nunca deixares cair o olhar. Caindo o olhar, cais tu e não te podes oferecer desse modo à queda do teu absurdo e lastimável império, que só tu dominas e onde só tu existes.
Continua o teu legado, mostra-me os teus lindos olhos e os lindos elogios que te oferecem, mostra-me a tua bela arrogância e a tua bela presença em jeito de autoridade, a fazer saber que és tu quem está acima.

Eu mostro-te isto:

http://wimp.com/watchingthis

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ofuscas,
Renasces.
Afirmas a tua imagem, do infinito,
Quando do infinito faço a minha crença.

E estou grato pelo meu credo não passar na rua da coincidência.
Estou tão grato.

Sigo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sorri, pela primeira vez em horas fiadas. Senti música, vi reflexos e ouvi vozes em redor, a largar risos, tão alto, tão sofocante e loucamente feliz, que eu próprio não podia deixar-me ali, ficar, pesado, cinzento, carecido do alto, a apelar ao solo que me sustente. E sorri, não gargalhei, mas sorri.
Quando ando, o primeiro passo é só o ínicio, é o prefácio de tantos outros. Só quero não cair.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Peço ao escuro
Que me veja,
Que sem luz
A morte vê.
Pode ser que um dia o seja,
Pode ser que a minha cruz
Fique à tua mercê.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Que espada essa,
A que me traçou.
Deu ao oculto
O que matou.
Deu ao inverso
A face exposta.
Na qual o choro
Já secou.

sábado, 8 de maio de 2010

Não o vais ver nos meus olhos. Não os fixes, não decores os meus traços nem os derrames do cansaço. Se conseguires entrar neles, sim, vês tudo, porque com toda a profunda certeza te digo, a partir deles vais vê-lo, a partir deles vais decifrar os enigmas, vais dar seguimento à linha do teu pensamento e vais perceber que não vais querer mais sair deles. Debatendo-me com isso, só me resta não os fechar.
(Em jeito de curiosidade, há um "tu" para quem eu falo. Não conheço de todo a essência da sua existência.)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Livra-me de ilusões.
As árvores já não falam.
Não separes os brasões,
Até ao topo de emoções
Que no fim só se abalam.

Livra-me de promessas,
Trata-me
Como que de rei eu me tratasse,
Não me culpes às avessas,
Não é como se acabasse.
Mas mata-me.

Arrasta nuvens,
Tira-me o sol.
Tira-me a luz da vida cega.
Puxa para ti o lençol
Que eu de ti tiro
A minha entrega.

Mas deixa,
Deixa que acabe assim
A ilusão que construíste.
Faz-te esquecer todas as forças,
Desleixa,
Esquece a rosa e o jasmim.
Esquece tudo o que mentiste.

Não olhes mais sobre o ombro.
O pretérito lá ficou.
De mim só deixo o escombro,
O fraco fogo a arder.
Porque como alguém já nos deixou,
Viver é morrer.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Ao menos limitei o peso do encargo de chamar às coisas o seu devido nome. Acima do poder do vento sobre uma pluma, está o meu poder agora sobre a invisivel e insignificantemente física consciência. Mas fosse essa insignificância fisica inerente a ela, a mesma que a significancia moral que ela assume e não estaria eu, aqui, a escrever para me libertar.
Tomou o conceito de barragem a despoletar de si um jacto de intensidade alucinante, o que de mim se despoletou. Deixar correr nem sempre é mau, quando correr é alívio. E aqui estou eu, sem peso, apenas com a típica preocupação, a típica morte de adrenalina que vai na onda da preocupação cintilante de um futuro que se mostra, como óbvio que é, incerto e completamente indefinido.
Mas estou e não vou nunca deixar de estar, porque não é para isso que aqui estou.

domingo, 28 de março de 2010

Já não sei, já não estou em posição de conseguir saber. Já nem sequer tinha memória de como poderia ser, vir a ser, me fazer ser. Já passou por mim de rajada como que um miúdo ladrão e roubou-me estratégias de defesa, quadrados perfeitos e raízes quadradas mais precisas do que a estrutura alquimista. Já me rodeou e eu, eu já não sei.

Por favor, não façam de mim voar mais um, porque por terra ficam meus olhos.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ainda não consegui chegar a um consenso consciente, que me esclareça, de livre vontade - e que honte em todas as direcções o conceito de esclarecimento - o que ando eu a fazer ao que já consegui chamar, em tempos, de "mim próprio". Não conheço significado enquadrado nessa expressão. Soa-me tão espelhada e limpidamente a um latim gasto, esquecido, sujo de tão enterrado, que até o céu a preto parecer-me-ia familiar, usual no quotidiano, onde o rio é rio, o ferro é ferro, o sexo é sexo, um pêlo é um pêlo e o céu é negro.É verdade, por consciência, sou só carne e osso, poeque a consciência está acima da razão e essa não está mais do que vazia. Sou consciência, carne e isso, já não sou razão nem coisa intrinsecamente parecida, porque já nem em mim tenho a faculdade de poder fazer alguém feliz com a minha felicidade.
Peço-te desculpa, razão. Sinto a tua falta.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Thomas Hobbes
"No dia em que vim ao mundo, a minha mãe pariu gémeos. Eu e o meu medo."


Eu acho que apodreço se as entranhas, as minhas entranhas, deixarem de ser minhas. Estou certo de que já perderam grande parte do seu significado, estou certo que esvaziaram o interno fervor de outras alturas. Já não sabem como arder, já não sabem como virar rumos e flamejar águas, já não sabem sobretudo, além de todo o negro, aceitar a negridão, vencê-la como um corredor de cem metros barreiras vence cada uma delas em velocidade, ou um sobrevivente do holocausto vence o terror de condenar um povo para se salvar deste, para que a sua pele não chacine no meio de outras tantas, que nada mais serão que cinzas digeridas pela terra.
E as entranhas continuam a apodrecer. Não me vale de nada inverter temas e assuntos, divergir entre olimpíadas e guerras. Elas continuam a não arder. Continuam a não querer aceitar a negridão. E é inútil, porque o útil para mim, agora, é só mudar-lhes o nome e chamar-lhes amor, chamar-lhes coração. A razão, a razão vem depois, nestes dias.

sábado, 13 de março de 2010

Roda, gira, muda e volta.

Não sei se deva, não sei sobretudo se quero dizer. Sei sim que preciso e quando é disso que se trata, voltar as costas e deixar passar, na velocidade que levar, não é legítimo. Não é legítimo para mim nem para o mundo, que, apesar da aparente insignificância das almas, sabe que elas existem, uma a uma, na sua singularidade.
O mundo é como as fases, anda em torno do centro, gira em torno de si, toma diferentes ângulos e passa por eles vezes vazias de conta, mas volta sempre à raiz, volta sempre ao que aparentemente é o normal aconchegante.
E há fases em que o tamanho das coisas toma o dobro do seu real. E por coisas, refiro-me a coisas. Subir um passeio tem em si a guerra de trepar a um muro e o simlpes dizer de um olá muda o seu sentido para o enredo de um discurso retórico de presuasão a uma massa. Mas o mais irónico de toda esta dimensão desmedida, gigantesca aos meus olhos, é que amanha, quando acordar, eu vou usar o peso do Manel nas minhas palarvas e vou dizer "são só coisas".

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Seduz amor, seduz.


Sabes de onde vem tamanho passo? Vem de ti, que o unes ao tamanho amor que tens. Não é de amor que falo, é de tamanho amor, desmedido de toda a proporção, igual a si no tamanho do seu amor. Só com este abres asas. Só com este sais do que és e vais para o que queres ser, porque nunca o és. É fado do querer, é tudo, nada. E que confusão viveu agora. Não fui eu, foi ele, não me deixou pensar mais, confundiu-me para ti, rompeu o meu tu.
Ele? É o amor, conheces?

Olha, não sei nada sobre ele...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vinte e cinco horas


Se ele tem vinte e quatro horas ou não, isso não me diz respeito, eu sei que elas passam no mesmo espaço de tempo, sei fazem sempre com que os contadores cumpram os trezentos e sessenta graus da volta completa, acredita, isso não me importa para nada.
Importa-me a maneira como é usado, como esses dois contadores honram a volta que dão. E sabes quando eles a honram de uma maneira tão intensa? Sabes quando eles querem dar mais uma volta dentro das vinte e quatro porque elas valeram mesmo a pena?

Pois, agora eles deviam querer, mas não querem, enfim...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009



Somos a fachada
De uma coisa morta
Em vida como que a bater à nossa porta
Quando formos velhos
Se um dia formos velhos
Quem irá querer saber quem tinha razão?
De olhos na falésia
Espera pelo vento
Ele dá-te a direcção

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.

A idade é ontem
Não pode ser motivo
Estás a ver um mundo
Feito um velho arquivo

Eu caminho e canto
Pela estrada fora
E o que era mentira
Poder ser verdade agora

Se o cifrão sustenta
A química da vida
Porque tens ainda medo de morrer?
Faltará dinheiro
Faltará cultura
Faltará procura dentro do teu ser

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.

Diz-me se ainda esperas
Encontrar o sentido
Mesmo sendo avesso a vê-lo em ti vestido

Não tens de olhar sem gosto
Nem de gostar sem ver
Ninguém é quem queria ser

Ninguém é quem queria ser
Eu queria ser ninguém
(ninguém) é quem queria ser
Eu queria ser ninguém.


O Manel sabe o que diz e sabe como o diz, perante isso, só tenho que me calar.

sábado, 10 de janeiro de 2009


E vou, vou de caras com o destino, condutor dessa vida a que chamamos vida. Ainda que o queiramos desviar do seu trajecto, ele não deixa de se chamar destino, fado como os magos das palavras lhe chamam. Será esse desvio, destino já traçado no destino e ele mantém a sua postura, como que se Deus se tratasse, como que se fosse homem e senhor do tempo, pendulo maximo da vida, sol da rosa, que logo que sorri, está numa escuridão profunda da qual já nem Ele a salva. Destino, ele dá que pensar, destino meu será esse, pensar o fado até ao fim.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Natureza


Falemos na tua beleza. É dela que tu contemplas a tua existência. Verde? És tu. Castanho, és tu, Azul, és tu. E todo o espectro que exista, és tu e a tua existência, nada mais que ambas, que na singularidade são o imenso do redor. Respiro-te, olho-te, sinto-te em todos os meus 5 sentidos. Espero não ser o único, espero saberem o que sei a teu respeito, aí, já saberão muito sobre a vida, mas não é sobre a vida que falo, sim sobre a corda desta, a caixinha de música que a faz crescer e ao escrever, os 5 sentidos continuam a agradecer a tua presença, não desistes, não sais, és praga do bem, és motivo. E eu sou teu, quanto quiseres. Desenho de Deus, obra prima, és tu, sou eu, somos.