quarta-feira, 5 de maio de 2010

Livra-me de ilusões.
As árvores já não falam.
Não separes os brasões,
Até ao topo de emoções
Que no fim só se abalam.

Livra-me de promessas,
Trata-me
Como que de rei eu me tratasse,
Não me culpes às avessas,
Não é como se acabasse.
Mas mata-me.

Arrasta nuvens,
Tira-me o sol.
Tira-me a luz da vida cega.
Puxa para ti o lençol
Que eu de ti tiro
A minha entrega.

Mas deixa,
Deixa que acabe assim
A ilusão que construíste.
Faz-te esquecer todas as forças,
Desleixa,
Esquece a rosa e o jasmim.
Esquece tudo o que mentiste.

Não olhes mais sobre o ombro.
O pretérito lá ficou.
De mim só deixo o escombro,
O fraco fogo a arder.
Porque como alguém já nos deixou,
Viver é morrer.

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